- Jovem Wendel atuava como atacante e se destaca como artilheiros das competições que disputava.
O menino já era considerado uma grande promessa do time Sub-15 nos três dias que estava no clube cruzmaltino para ser avaliado. Os mais felizes de sua vida. Segundo relatos de amigos próximos, ficou ‘deslumbrado’ ao conhecer São Januário, tirar fotos com os jogadores profissionais e até com um programa corriqueiro para muitas crianças: conhecer o zoológico no Rio de Janeiro.
Wendel chegou ao CT Pedrinho Vicençote, em Itaguaí-RJ, determinado a mostrar seu talento e atender o desejo do irmão mais velho, que está preso em Juiz de Fora-MG por envolvimento com drogas. O caçula não podia visitá-lo na cadeia, mas tinha uma ligação forte e não queria perder o contato. Por isso, mandava recados por meio do pai Antonio Carlos da Silva.
O último não será esquecido pela família. Foi a promessa de que realizaria o sonho do irmão de um dia jogar no Vasco. Não pôde ser cumprida. Aos 14 anos, morreu ao sofrer um mal súbito no campo durante um treino na última segunda-feira.
A morte ainda sem muitas explicações também impediu o jovem de traçar o caminho de Romário. Wendel era fã do baixinho e se assemelhava no estilo de jogo, na aparência e até na personalidade. Jogava como atacante, era artilheiro nos campeonatos que disputava e tinha fama até de marrento.
Ex-jogador, Ayupe foi quem o descobriu no futebol e o acompanhou por sete anos na escolinha para crianças carentes que ele coordena em São João Nepomuceno-MG. O treinador deu uma chance após muita insistência do garoto então com sete anos. E gostou do que viu.
Ele diz que Wendel tinha muito talento como homem de frente e aliava a força à velocidade. Jogava pelos lados do campo, mas se destacava pela conclusão e ‘sabia fazer gol’. Tanto que foi artilheiro em diversos torneios amadores, entre eles a Copa Bahamas, em Juiz de Fora.
“Desde bem pequeno ele chegava e pedia ‘me dá uma chance’. E eu dizia que quando estivesse preparado, ele teria. Acho que tinha uma possibilidade grande de se tornar profissional, eu via muito potencial. Era empenhado, forte fisicamente e chutava com as duas pernas”, disse.
Apesar de se destacar em campo, Wendel era discreto fora das quatro linhas. Não falava sobre namoradas, quando o assunto já é frequente no início da adolescência, era tímido, calado e estava sempre acompanhado do vizinho Maciel. Mais um jovem de 14 anos, que agora levará sozinho o sonho de se consagrar nos gramados.
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