BRASÍLIA e RIO - A Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos decidiu abrir um procedimento para buscar informações sobre a ameaça sofrida por uma equipe do GLOBO no Pará,
na última segunda-feira. O órgão é vinculado à Secretaria de Direitos
Humanos, ligada à Presidência da República. A secretaria reuniu-se
recentemente com entidades representantes de jornais para discutir a
criação de um comitê para acompanhar casos de violência que envolvam
jornalistas. A equipe do GLOBO foi ameaçada e coagida pelo prefeito de
Redenção (PA), Wagner Fontes (PTB), candidato à reeleição, ao
entrevistá-lo sobre denúncias contra ele.
A
Ouvidoria pretende solicitar aos órgãos policiais e ao Ministério
Público registros sobre as ameaças. O órgão só deve se pronunciar após
analisar o caso.
O
presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo
Ziulkoski, também comentou o episódio. Paulo Ziulkoski ressaltou que o
trabalho da imprensa precisa ser respeitado:
—
A gente sabe que a situação (violência) é muito complicada na região. O
município é filiado à CNM, mas somos uma entidade de municípios, não
representamos os prefeitos. Sem entrar no mérito do caso, a imprensa tem
que ser respeitada. Se vivemos numa democracia, a liberdade é um
direito fundamental. Nós defendemos o direito de informação, o acesso à
informação plena, de modo geral, sem constrangimento ou omissão.
Em nota nesta quinta-feira, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se manifestou sobre o caso.
No texto, assinado pela diretora-executiva da entidade, Veridiana
Sedeh, a Abraji “repudia a ameaça sofrida” pela equipe do GLOBO. “A
Abraji cobra que o caso seja apurado com rigor. A violência contra
jornalistas no interior do Brasil é preocupante e configura um grave
atentado à liberdade de expressão”, diz a nota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário